sábado, 17 de dezembro de 2011

A carta de Barnabé

Aonde sua memória é mais escura, a menina pequenina não se lembra, mas sente ainda aquele abraço de boas vindas de um desconhecido que ela já gostava muito quando estava no caminho pra cá. Com um senhor sábio esse abraço selou então um elo de profundo amor.
A menina pequenina, eufórica ao estremo, quanto mais ela crescia mais euforia se via nela. Quantas coisas essa menina guardou dentro dela, quantas guerras já perdeu, quantas vezes debaixo da cama já se escondeu daqueles monstros que tinha tanto medo. Ela sabia que, nos braços daquele senhor sábio tudo ficava bem.
Quando desacreditava do amor, aquele senhor te mostrava que o amor é tudo, é lindo, e que a fé traria isso para ela. Acreditava novamente quando ela via o senhor sábio olhando para sua senhora, cocota, sua vida, amor sem fim.
Quando a pequena já ia desistir dessa loucura toda chamada vida, novamente olhou para o senhor sábio e viu garras, força, conquista e perseverança, foi então que ela decidiu ser como ele, e até marrenta ficou.
Aquele senhor ensinou, deu exemplos que a menina jamais vai esquecer. Os momentos mais puros que a pequena viveu, ele até seu nariz já roubou, varias e varias vezes! Já brigou muito com a pequena menina, aliás, ele amava fazer isso, ver aquela pequena eufórica, nervosa. E foi assim que ele ensinou a menina a dividir com o mundo os seus balões coloridos.
Um dia a menina dormiu e no outro dia não encontrou o senhor sábio, seu coração se partiu. E foi assim que ele deixou seu ultimo ensinamento naquele lugar. Ensinou para ela que quando existe amor, nem a distância põe limite, e que a saudade serve para ela nunca se esquecer daquele velho, de cabeça branca, senhor sábio e de tudo que ele a ensinou.
 E um dia os dois vão se ver novamente, ela ainda pequenina para ele, ele ainda um senhor sábio para ela. A pequenina mulher que hoje sou eu, o velho sábio que sempre será o vovô!

Bárbara Assunção

Nenhum comentário:

Postar um comentário